Ineep participa de audiência no Senado sobre venda da Reman

Carla Borges Ferreira
Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

“A postura atual da gestão da Petrobras vai na contramão do que tem sido feito no mundo”. A afirmação foi feita pela pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep) Carla Ferreira, nesta terça-feira (23/03), em audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para debater a privatização da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada em Manaus. A venda foi realizada, ano passado, mas não foi formalizada, em função de pendências judiciais.

 

Estudos do Ineep revelam que a Reman foi negociada com a Atem por 70% do seu valor. Ou seja, vendida por US$ 189 milhões, quando seu preço deveria ter sido, no mínimo, de US$ 279 milhões. Ao longo de sua apresentação, a pesquisadora destacou para o fato de que a atual gestão da Petrobras não tem uma visão estratégica de empresa integrada e verticalizada, ao contrário de petroleiras internacionais, que têm procurado atuar de forma integrada, com operações do poço ao posto de combustíveis.

 

“Precisamos parar com o processo de privatização da Reman, para que não se concretize um novo monopólio privado”, disse por sua vez, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, referindo-se à privatização, ano passado, da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, que não resultou em livre concorrência ou menores preços. Ao contrário, informou ele. Na Bahia, o litro da gasolina que sai da refinaria baiana já está custando para o consumidor final entre R$ 8,20 e R$ 8,90, um dos maiores preços praticados no Brasil.

 

A audiência da CAE, presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), foi requerida pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM). “Trata-se de tema extremamente relevante não apenas para a economia da Amazônia, mas para exame de toda a política de desinvestimentos da Petrobras”, justificou o senador. O coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), Marcus Ribeiro e o analista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cloviomar Cararine, também participaram dos debates.

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