Em live, Gabrielli aponta as inverdades do Novo Marco do Gás

José Sérgio Gabrielli
Em live, Gabrielli aponta as inverdades do Novo Marco do Gás

Não é verdade que com a nova lei haverá uma bonança, um céu de brigadeiro ou uma revolução do gás natural no Brasil. A frase resume o pensamento do pesquisador do Ineep José Sergio Gabrielli, que em webinário (23/03), no canal Youtube do Instituto, falou sobre a atividade e o mercado de gás natural no país e rebateu, ponto por ponto, o projeto de lei do Novo Marco do Gás, aprovado esta semana pela Câmara dos Deputados.

 

 

Em live, Gabrielli aponta as inverdades do Novo Marco do Gás

Ilustração: Comunicação Ineep.

Gabrielli dividiu a apresentação em três partes – produção, midstream (gasodutos, dutos e terminais) e comercialização -, falou sobre os atores destes mercados, destacando para a predominância da Petrobras, as perspectivas de negócios e os impactos para o consumidor a partir da aprovação da nova lei.

 

“O principal objetivo da nova lei é tirar a Petrobras do setor”, comentou ele, alertando para alguns pontos:

  • o gás liquefeito do petróleo (glp), o gás de cozinha, é diferente do gás natural, com estrutura de mercado diferente, e a campanha da nova lei confunde os dois produtos, levando-se a acreditar que a mudança viabilizará a redução de preços do gás de cozinha;
  • é falsa a ideia de que a entrada de outras empresas no segmento vai aumentar, significativamente, a produção de gás natural no Brasil;
  • o foco da lei é o midstream (gasodutos, dutos e terminais) e a lógica da nova lei do gás é abrir a logística para terceiros e reduzir o papel da Petrobras neste segmento;
  • a organização atual da rede faz com que seja necessária articulação por etapas do setor do gás;
  • é necessária uma política regulatória e organizacional para cada país, pois cada um tem um arranjo específico e um mundo não tem modelo único;
  • a rede atual é costeira, é necessária a diversificação para o interior, o que vai exigir investimentos de quem entrar e não a concentração na área do “filé mignon”;
  • não é verdade que a concentração de atores ou consumidores ou controladores seja um impeditivo a novos investimentos no midstream, e
  • não haverá, necessariamente, redução de preços para o consumidor final.

 

Assista ao webinário

 

Novo Marco do Gás

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