Repsol registra o maior lucro em oito anos

Repsol registra o maior lucro em oito anos

Foto: El Economista.

 

Em 2018 a petrolífera espanhola Repsol registrou o maior lucro líquido dos últimos oito anos, com 2,34 bilhões de euros (o equivalente a US$ 2,65 bilhões). A empresa atribuiu a melhora do seu desempenho a elevação dos preços do petróleo no cenário internacional e ao aumento da sua produção líquida de óleo e gás, dentro e fora da Europa. O Brasil tem posição de destaque neste sentido, já que um a cada sete barris de petróleo foi produzido no país.

 

Ao observar os números do último ano, nota-se que os ganhos da Repsol vieram principalmente do segmento de exploração e produção (upstream), que registrou líquido ajustado de 1,32 bilhão de euros (US$ 1,50 bilhão), representando quase 57% do rendimento total da companhia e um aumento de 110% em relação ao ano anterior.

 

Por outro lado, o downstream registrou lucro líquido ajustado de 1,583 bilhão de euros (US$ 1,79 bilhão). Em comparação com o ano anterior, o resultado foi 294 milhões de euros (US$ 322 milhões) menor do que em 2017. Segundo a empresa, as unidades de refino e químicos foram afetadas ao longo do ano por uma piora no ambiente internacional e no aumento da oscilação negativa do dólar frente ao euro. Também foram influenciados por paralisações de manutenção e melhorias nos complexos industriais da Espanha e Portugal.

 

Batendo recordes de produção, a Repsol obteve uma produção média de 715.000 barris de óleo equivalente por dia (boed), um aumento de 3% em relação a 2017. Nesse sentido, o gás representou 63% da produção e os líquidos os restantes 37%.

 

O aumento foi possível graças ao arranque nos projetos da Argélia (Reggane), Trinidad e Tobago (Juniper e TROC), Malásia (Kinabalu e Bunga Pakma), Reino Unido (Monarb) e Peru (Sagari), bem como a aquisição do campo de Visund, na Noruega, a conexão de novos poços em Marcellus, nos Estados Unidos e uma maior contribuição da Líbia.

 

Esses foram complementados ao desenvolvimento dos projetos que garantem o crescimento sustentado da empresa na unidade de Upstream, que embora atue em mais de 35 países do mundo, tem na Bolívia e Brasil uns de seus principais produtores de óleo e gás.

 

Na Bolívia, a Repsol atua especialmente no campo de Margarita-Huacaya. Considerada uma das maiores reservas de gás natural do mundo, a petroleira espanhola extrai uma produção média de 40.500 boed, o que faz da Repsol a maior exportadora de gás da Bolívia.

 

No Brasil, o grupo espanhol, que marca presença no país desde 1997, a partir de 2010, por meio de uma joint venture com a estatal chinesa Sinopec, formando a Repsol Sinopec Brasil, iniciou sua exploração no pré-sal registrando no ano passado uma produção média de 100 mil boed. Esse resultado está diretamente a atuação na região do Entorno de Sapinhoá, além do campo Pão de Açúcar, na Bacia de Campos, entre outras operações nas bacias de Santos e Espírito Santo.  

 

Plano Estratégico 2018-2020

De acordo com o planejamento estratégico do grupo Repsol, a petroleira espanhola pretende investir até 2020 o equivalente a 15 bilhões de euros (aproximadamente US$ 17 bilhões), sendo 53% destinados ao upstream (Exploração e Produção) e 45% ao downstream (Refino, Químicos, Marketing, Lubrificantes, Trading, GLP, Gás e Energia).

 

Comprometidos com a transição para fontes de energia mais limpa, a Repsol também anunciou que alocará 2,5 bilhões de euros (US$ 2,83 bilhões) até 2020 em projetos de energia de baixa emissão de carbono e desenvolverá novas oportunidades de negócios de longo prazo.

 

Neste sentido, há alguns projetos em andamento. Em 2018, a Repsol chegou a um acordo para adquirir os negócios de geração de eletricidade de baixa emissão da Viesgo e sua distribuidora de gás. Com esta aquisição concluída, a Repsol atingiu uma capacidade instalada total de 2,96 MW. Apesar de serem números ainda irrisórios, estão em desenvolvimento outros projetos de energia limpa como o parque eólico de Valdesolar, planejado em Valdecaballeros (Espanha), que prevê capacidade de geração instalada de 264 MW, ou como os parques eólicos offshore na costa de Portugal, que pretendem ter uma capacidade instalada de pelo menos 25 MW.

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