Qatar Petroleum expande seus negócios ao redor do mundo

Foto: CNBC.

A petrolífera estatal do Catar, Qatar Petroleum (QP), anunciou recentemente um plano ousado de expansão, que pretende aumentar a sua produção de petróleo e gás em 35% nos próximos oito anos. Para isso, a empresa está apostando em joint ventures com as gigantes ExxonMobil, Shell e Eni em projetos offshore na África e América Latina – e o Brasil, é claro, está no centro dos seus negócios.

Considerada uma das maiores produtoras de petróleo e gás natural do mundo, a Qatar Petroleum (QP) possui números operacionais que impressionam. Produzindo atualmente 4,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) de petróleo e cerca de 77 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL), a empresa prevê entre 2024 e 2026 impulsionar a sua produção para 6,5 milhões de boed e 110 milhões de toneladas de GNL, um aumento de aproximadamente 35% na produção global da companhia.

Não por acaso, nos últimos anos a QP tem se mostrado atenta às recentes descobertas de reservas de petróleo e gás ao redor do globo e tem investido pesado em parcerias estratégicas com outras gigantes petrolíferas, especialmente a italiana Eni e a norte-americana ExxonMobil, como forma de expandir os seus negócios para além do Oriente Médio com a segurança operacional e financeira de grandes parceiros no Ocidente.

Em parceria com as duas empresas, a QP tem desenvolvido projetos upstream na África desde o Marrocos, na região costeira de Tarfaya, até Moçambique, nas bacias de Angoche e Zambeze, além de outras joint ventures localizadas no Chipre, Congo, África do Sul e Omã.

No continente americano, a QP anunciou em março deste ano que pretende investir nos EUA o equivalente a US$ 20 bilhões nos setores de energia convencional e não convencional, que também incluem investimentos no gigantesco projeto do terminal Golden Pass LNG, localizado no Texas, atualmente operado em parceria com a ExxonMobil e ConocoPhillips. Segundo a empresa, o projeto visa aumentar a capacidade de exportação de GNL da companhia em aproximadamente 16 milhões de toneladas por ano.

Na América Latina, a QP tem conquistado espaço por meio dos consórcios feitos entre Eni, ExxonMobil, Shell e CNOOC. No México, a parceria da QP com a Eni e a Shell resultou na aquisição de campos offshore nas bacias de Perdido e Campeche. Na Argentina, a empresa tem investido na produção não convencional em Vaca Muerta com a ExxonMobil.

No Brasil, a atuação da Qatar Petroleum tem início em 2014, quando a empresa comprou parte da participação da Shell na exploração de petróleo no Parque das Conchas (BC-10), na Bacia de Campos. Além disso, desde outubro de 2017, a Qatar Petroleum já arrematou blocos de exploração e produção em três licitações.

Na 3ª Rodada de Licitação do Pré-sal, a estatal do Catar fez parte de um consórcio vencedor com a Shell e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) para a exploração no bloco Alto de Cabo Frio-Oeste, na Bacia de Santos. Em março de 2018, na 15ª Rodada de Licitações de Blocos, a QP venceu os direitos de exploração em quatro blocos nas Bacias de Campos e de Santos, em consórcio com a ExxonMobil e a Petrobras. Já na 5ª Rodada do Pré-sal, empresa arrematou o bloco Titã, também em parceria com a ExxonMobil. Juntas, as áreas arrematadas pelos consórcios da QP no Brasil somam 3.932 km².