Produção de petróleo da Opep tem menor nível em 2 décadas, diz pesquisa

Foto: Ali Jarekji / Reuters.

Por Alex Lawer – A produção de petróleo da Opep atingiu o menor nível em duas décadas em junho, com a Arábia Saudita e outros membros do grupo no Golfo ampliando cortes de oferta, mostrou uma pesquisa da Reuters, o que levou o cartel a conseguir adesão de mais de 100% a seu pacto de redução de produção.

 

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), formada por 13 membros, bombeou em média 22,62 milhões de barris por dia (bpd) em junho, segundo a pesquisa, com queda de 1,92 milhão de bpd ante o dado revisado de maio.

 

A Opep e seus aliados fecharam acordo em abril para cortes recorde de oferta para compensar a queda na demanda decorrente da crise do coronavírus.

 

O alívio em medidas de isolamento contra o vírus e a menor oferta ajudaram a elevar os preços para acima de 40 dólares, contra uma mínima de 21 anos tocada em abril, abaixo de 16 dólares.

“A demanda deve se recuperar no segundo semestre e há um consenso geral de que o grupo Opep+ atenderá expectativas e entregará um nível de cumprimento (dos cortes) elevado em junho e julho”, disse Tamas Varga, da corretora PVM.

 

Até o momento em junho, os membros da Opep entregaram 6,5 milhões de bpd dos cortes prometidos, ou 107% da meta, de acordo com a pesquisa. Em maio, o nível de cumprimento foi revisado para 77%.

 

A produção de junho deve ser a menor da Opep desde ao menos o ano 2000, se desconsideradas mudanças na composição do grupo deste então.

 

O maior corte foi da Arábia Saudita, que produziu 7,55 milhões de bpd em junho, quase 1 milhão abaixo de sua cota na Opep+. Foi o menor nível de produção para o reino desde 2002, segundo dados da Reuters.

Emirados Árabes Unidos e Kuweit também promoveram cortes adicionais voluntários, segundo fontes que participaram da pesquisa.

 

O Iraque reduziu exportações pelo sul e pelo norte, elevando sua adesão para 62%, enquanto a Nigéria aumentou o nível de cumprimento para 72%.

 

Texto originalmente publicado em Reuters.

 

Comentar