Privatização às pressas levará a aumento de preços e monopólio privado

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“Com esta forma de privatização que está em curso, nós vamos caminhar para uma oligopolização. E sob o argumento de diminuir preços e aumentar investimento, vamos caminhar provavelmente em sentido contrário”, alerta o especialista Eduardo Costa Pinto

 

Sob a promessa de que a abertura do mercado de petróleo trará aumento da competitividade, redução de preços e incentivo a investimentos, o Brasil corre sério risco de caminhar exatamente no sentido contrário. A avaliação é do professor de economia da UFRJ e pesquisador do Ineep Eduardo Costa Pinto.

O especialista foi convidado para falar em nome do Ineep, o Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo e Gás Natural, na audiência pública promovida nesta terça-feira (24), na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados par discutir a verticalização na distribuição de combustíveis.

“A gente do Ineep faz o alerta para vocês, senhores deputados. Com esta forma de privatização que está em curso, nós vamos caminhar para uma oligopolização. E sob o argumento de diminuir preços e aumentar investimento, vamos caminhar provavelmente em sentido contrário”, alertou Eduardo Costa Pinto.

Em sua exposição, o especialista mostrou que a infra-estrutura do petróleo no Brasil é altamente regionalizada, diferentemente do que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos. Sem dutos e terminais que liguem as diversas regiões do país, a privatização caminha para a formação de monopólios regionais. Como hoje a Petrobras já trabalha com preços internacionais do petróleo, não há espaço para redução significativa nos preços dos derivados, como a gasolina.

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“Estamos transitando de um monopólio público, com todos seus problemas e questões –mas que é melhor regulado e garante benefícios para a sociedade – e caminhando para um monopólio privado, que vai garantir mais lucro apenas para os grandes empresários internacionais e nacionais, gerando aumento dos preços. E mais ainda, esse monopólio vai engolir na ponta os postos rentáveis – os sem bandeira – diminuindo a competição, não aumentando”.

Eduardo Costa Pinto classificou de “açodada” a tentativa de privatização sem planejamento que está em curso no Brasil. Dessa maneira, o economista prevê aumento do preço na bomba com aumento da lucratividade das grandes empresas privadas internacionais. “A que custo? A troco de quê queremos fazer isso?”, pergunta.

 

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