Petrobras deve apresentar resultado expressivo no segundo trimestre de 21
A Petrobras divulga na próxima quarta-feira (04/08) o balanço do 2º Trimestre de 2021. Segundo estimativas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a expectativa é de que a empresa registre um expressivo resultado financeiro, com o lucro bruto em torno de R$ 61,7 bilhões; com um EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de R$ 61,1 bilhões; e com um lucro líquido esperado da ordem de R$ 23 bilhões (Tabela 1).
Esses resultados positivos esperados serão fruto:
- da expansão das receitas de vendas destinadas tanto ao mercado interno como ao externo. Isso se deveu ao crescimento tanto dos preços do petróleo e derivados quanto das quantidades vendidas; e
- das receitas extraordinárias da ordem de R$ 5,9 bilhões, dos quais, R$ 4,4 bilhões referentes à exclusão da base de cálculo do ICMS, em decorrência da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF); e R$ 1,5 bilhão referente à venda de 10% da NTS.
Tabela – Estimativas do Balanço da Petrobras (em R$ milhões).
As receitas de vendas estimadas devem ser significativamente maiores, tanto em comparação ao último trimestre como em relação ao 2T20. A projeção é que este indicador apresente um valor próximo de R$ 105,3 bilhões, o que deve representar um crescimento da ordem de 22,2% frente ao 1T21 e 106,9% ao mesmo trimestre de 2020. Cabe observar que os resultados do segundo trimestre de 2020 foram fortemente afetado pela crise da covid-19.
Esse possível resultado positivo deverá ser puxado principalmente pelo aumento no volume de vendas de Diesel e Gasolina para o mercado interno – que registraram altas no trimestre de, respectivamente, 28,8% e 36,9% – o que aconteceu no mesmo momento em que os preços desses combustíveis sofreram altas significativas nas refinarias (de 68,5% no caso do Diesel, e 108,3% no caso da Gasolina em comparação ao 2T20), em virtude da política de preços de paridade de importação (PPI) da Petrobras.
Esses dois elementos (aumento das vendas da gasolina e diesel e forte elevação dos preços desses derivados) devem fazer com que a receita de vendas da companhia para o mercado interno seja cerca de 107,7% maior que o mesmo período de 2020, ficando próxima a R$ 70,1 bilhões.
As vendas para o mercado externo também deverão ter um peso importante nos resultados deste trimestre. Houve aumento das exportações de petróleo e derivados, na comparação entre 2T2021 e 2T2020, sobretudo de óleo cru, que obteve uma expansão de 8,0%. E esse crescimento das quantidades exportadas veio junto com o aumento generalizado nos preços do petróleo cru e derivados, devendo resultar em uma receita de vendas para o mercado externo próxima a R$ 35,2 bilhões (crescimento de 105,4% na comparação com mesmo trimestre do ano passado), cerca de metade das receitas de vendas do mercado interno.
Os dados em tela reforçam a importância estratégica do setor de refino da Petrobras e coloca em dúvidas a atual política de desinvestimento em curso. De acordo com o Plano de Negócios e Gestão 2021-2025, a companhia pretende vender nove das suas 14 refinarias nos próximos anos, incluindo a sua unidade de industrialização de xisto (SIX) e a refinaria Clara Camarão. Se concluídas, essas vendas diminuirão pela metade a capacidade do parque de refino da Petrobras, o que deve expor a empresa a uma maior vulnerabilidade em relação ao mercado internacional, além de limitar o aproveitamento de uma empresa integrada de petróleo.
Comunicação Ineep
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