Os três anos do Ineep e o seu papel estratégico
Ao completar três anos de atividades no último sábado (14/08), o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) lançou o seu quarto livro e fortaleceu sua missão de produzir conhecimento, levá-lo para o conjunto da sociedade e mostrar a importância desses recursos estratégicos para a soberania nacional.
“O Ineep é um casamento entre o mundo acadêmico e o sindical”, comentou o principal idealizador do Instituto, José Maria Rangel, na IX Plenária Nacional da Federação Nacional dos Petroleiros (Plenafup), durante o evento da comemoração dos três anos Instituto. Para ele, o Ineep tem as digitais da FUP, pois é um patrimônio da categoria petroleira, e terá, cada vez mais, um papel fundamental na formulação de políticas que permitam a Petrobras retomar sua participação no desenvolvimento do Estado brasileiro.
Alguns números revelam a presença do Ineep neste processo: ao longo destes três anos, sua equipe produziu quatro livros, uma revista acadêmica, 285 artigos sobre a conjuntura da indústria do óleo e gás, 84 vídeos, 23 textos para discussão, 12 notas técnicas, 12 podcasts. Além disso, os pesquisadores participaram de audiências públicas e realizaram palestras por todo o país, ampliando o debate sobre questões nacionais para além da categoria petroleira.
Fátima Viana, diretora da FUP e do Ineep, declarou:
“A construção do Instituto tem um sentido estratégico, qualifica nossas intervenções, mas vai além, pois rompe com os limites da agenda corporativa, que é importante, mas não pode ser exclusiva. A disputa de conhecimento é nesse momento uma das frentes mais decisivas na luta de classes da atualidade.”
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, comentou:
“Se não fosse o Ineep não teríamos elementos de embasamento para contribuir com a categoria e com a sociedade.”
A História
Segundo relato de Rangel, a criação do Ineep ocorreu em momento em que a Petrobras, após o golpe de 2016, estava sendo bombardeada pela Lava Jato e destruída, o que mostrou que a categoria precisava se voltar para o debate técnico, para a importância da empresa e do setor energético. A partir de então, surgiu o Grupo de Estudos Estratégicos e Pesquisa para o Setor de Óleo e Gás (Geep), que, mais tarde, deu origem ao Ineep.
Em agosto de 2017, durante o XVII Congresso Nacional da FUP, foi aprovada a criação do Ineep. Em março de 2018, a decisão foi formalizada. “O Ineep é um patrimônio da categoria petroleira, que temos de cuidar como um filho”, afirmou Rangel.
O coordenador técnico do Instituto Rodrigo Leão, que participou deste processo de criação ao lado de Rangel, considera que as histórias do Ineep e a do petróleo no Brasil têm semelhanças pois foram defendidas com objetivos que, na época, eram vistos como sonhos. “O Ineep foi criado para pensar uma pauta para a Petrobras, que vinha passando por um processo de encolhimento e de venda de ativos numa estratégia muito agressiva no Governo Temer”, comentou Leão, destacando para o fato de o movimento sindical ter percebido, naquele momento, a importância da criação de um instrumento para contribuir para o debate.
O coordenador técnico do Ineep William Nozaki, que também participou da fase inicial do Instituto, comentou por sua vez:
“Desde o início trabalhamos com a perspectiva de que a Petrobras não deveria ser considerada apenas uma empresa enxuta para acionistas, mas uma empresa integrada, que tem como obtivo atender o conjunto da sociedade brasileira. Além disso, nosso princípio fundamental é de que este conhecimento não deve ser só produzido e apropriado por especialistas ou pelo público de interesses, mas que o diálogo seja levado para além da sociedade.”
Segundo contou ainda, o grupo que participou da criação do Instituto firmou o compromisso de que o petróleo não seria tratado como mera commodity, como acontece na maior parte das vezes, seja em segmentos especializados ou no mundo da academia, mas sim como um recurso natural estratégico e fundamental para a soberania nacional, para o abastecimento do mercado interno e para a organização da trajetória de desenvolvimento do Brasil.
Comunicação Ineep
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Owen Cutrona
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