O H2 e seu papel nos mercados de aviação e navegação no Brasil

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

 

Imagem de um tablet com a capa do estudo estudo “Aviação e navegação precisam de novos combustíveis: desafios produtivos e tecnológicos e oportunidades para o Brasil".

 

O Brasil tem desafios e também oportunidades para expandir o uso do hidrogênio em substituição aos derivados de petróleo. No entanto, numa fase inicial dessa economia verde, a ação do Estado e as políticas públicas são indispensáveis para a implantação dos primeiros projetos.

 

Essa é uma das conclusões de José Sergio Gabrielli, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), no estudo “Aviação e navegação precisam de novos combustíveis: desafios produtivos e tecnológicos e oportunidades para o Brasil” (Acesse aqui).

 

“Quase todos os países estimulam a demanda de hidrogênio por meio de políticas que visam reduzir as diferenças de custos em relação a suas contrapartidas fósseis, procurando viabilizar a expansão de mercados, especialmente em setores de difícil abatimento das emissões, como siderurgia, cimento, aviação e navegação de longo curso, além de promover a complementariedade com a eletrificação nas frotas de veículos leves. Isso não é possível no curto prazo sem incentivos governamentais”, comenta o pesquisador no trabalho.

 

Ocorre, como destaca Gabrielli, que o Brasil inicia sua política de estímulo ao H2V ainda muito preso à situação atual de grande produtor de biocombustíveis, sem diferenciar significativamente a rota eletrolítica, que tem oportunidades de crescer, especialmente no Nordeste. No entanto, hoje, a maioria dos projetos da região é voltada para a exportação de amônia, como transportadora de hidrogênio para a Europa, sem grandes impactos a jusante na indústria nacional.

 

O trabalho, voltado para o crescente mercado de combustíveis na aviação e navegação, está dividido em cinco partes: Introdução, Rota Inorgânica do SAF (Combustível Sustentável de Aviação, na tradução do inglês), Novos Combustíveis Marítimos, Rota Orgânica do SAF e Oportunidades do Brasil. Ao longo de 20 páginas, com ilustrações, Gabrielli faz um histórico do uso do hidrogênio no mundo, mostra as perspectivas de crescimento para os mercados de aviação e navegação, analisa as rotas do SAF, os potenciais produtos para a navegação e as oportunidades que já existem no Brasil. Neste caso, por exemplo, se incluem condições geográficas e climáticas, histórico e vantagens no uso de renováveis, além de pontos positivos na legislação e na área de tributos.

 

Diante deste quadro, sugere: “É necessário corrigir os rumos da política nacional, ampliando as condições de convivência das duas rotas para o hidrogênio, sem prejudicar a eletrolítica. É preciso aproveitar as oportunidades de uma nova indústria e superarmos os velhos modelos primário-exportadores, adensando a cadeia para a frente do uso do hidrogênio”.