Leilão de concessão consolida Pelotas como nova fronteira exploratória, diz Ineep

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

O 4° Ciclo da Oferta Permanente de Concessão se destacou em relação aos anteriores em função do número de blocos arrematados. Ao todo foram 192 blocos adquiridos  por 15 empresas diferentes. No 1° ciclo foram 33 blocos e 12 áreas de acumulações marginais, no 2° ciclo foram 17 blocos e no 3° Ciclo foram 59 blocos.  O leilão consolidou a Bacia de Pelotas como uma nova fronteira exploratória para o país. Além disso, foi a única área em que a Petrobras fez aquisições.

 

 A análise foi feita, dia 13/12, pelo pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Francismar Ferreira, destacando, porém, que, apesar da maior quantidade de blocos arrematados, o valor total do bônus por assinatura foi inferior ao do 3° Ciclo.  No 4° ciclo o valor total do bônus por assinatura foi de R$ 421,7 milhões de reais. No 3º Ciclo o total de bônus ofertado foi de R$ 422,4 milhões.

 

Para Ferreira, as descobertas na costa africana em áreas geologicamente análogas à da Bacia de Pelotas e os indícios de petróleo em águas profundas no Uruguai podem ter lançado holofotes para a bacia de Pelotas que, historicamente, teve baixa atividade exploratória no país. “Além disso, a procura pela bacia de Pelotas se relaciona ao fato de menores dificuldades por parte das petroleiras para a obtenção de licenças, principalmente quando comparado com a região da Margem Equatorial”, comentou ele.

 

Tanto que, conforme ressaltou, os blocos offshore da bacia Potiguar não receberam ofertas provavelmente em função de sua relativa proximidade com áreas ambientalmente sensíveis como Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e da Reserva Biológica.

 

Para o pesquisador alguns pontos podem ser destacados neste 4º Ciclo: o elevado número de blocos exploratórios contratados; a entrada de novos agentes no segmento de exploração, como a empresa ATEM que adquiriu no passado a Refinaria Isaac Sabbá (REMAN) da Petrobras; a presença da chinesa CNOOC como operadora na Bacia de Santos; e a entrada da Elysian que arrematou blocos na porção onshore da bacia Potiguar, Bacia do Espírito Santo e Bacia de Sergipe-Alagoas.

 

No entanto, Ferreira não teve surpresas com o resultado pouco expressivo do leilão em regime de partilha: “Era esperado, tendo em vista que eram áreas que já haviam sido oferecidas em leilões anteriores e que não haviam recebido ofertas”, disse ele.

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