Interesse de petroleiras por economia verde vai além da agenda estritamente ambiental
A adequação da matriz energética a uma economia de baixa emissão de carbono está na lista de prioridades das grandes petrolíferas. O jornal O Estado de S.Paulo publicou no início do mês matéria das jornalistas Fernanda Nunes e Denise Luna sobre os desafios que as gigantes do petróleo estão enfrentando para se adaptar à economia verde. Ouvido pelo jornal, o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo e Gás Natural (Ineep) William Nozaki afirma que as preocupações ambientais deixaram de ser as únicas motivadoras na busca pela economia verde. O interesse de fundos de investimento e a busca de novas tecnologias estão no radar das majors.
No entanto, segundo estudo do Ineep citado na reportagem, o investimento em geração de energia de fontes ainda é baixo. No ano passado, as grandes petroleiras investiram menos de 5% de seu orçamento em fontes renováveis.
Investir em renováveis ou minimizar impactos
Além do investimento em produção de energia de fontes renováveis, a outra estratégia tem sido a de minimização dos impactos nocivos dos combustíveis fósseis. Esse tem sido o caminho preferido por muitas das gigantes norte-americanas.
A Petrobras, reporta o jornal, escolheu o segundo caminho, alinhada com a estratégia de empresas norte-americanas. A Petrobras está abrindo mão de seus ativos em energia renovável e hoje tem apenas um campo de energia solar, em Campos dos Goytacazes, no Rio. No outro grupo estão gigantes como a britânica BP e a norueguesa Equinor, que estão ampliando investimentos em fontes renováveis e até mesmo adquirindo participações em empresas do setor.
Não é só o meio-ambiente
Ouvido pelo jornal, o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo e Gás Natural (Ineep) William Nozaki, explica que a ideia de preservação ambiental pode ter deixado de ser o mais importante motivador para esses investimentos. “Há diferentes padrões de estratégias nacionais e empresariais nessa agenda. Como os fundos de investimento verde e bancos têm aumentado o apetite por ativos de fontes renováveis, o que tem movido as companhias petrolíferas são, acima de tudo, as dimensões financeira e tecnológica do novo cenário, mais do que as preocupações estritamente ambientais”, avalia Nozaki.
Leia em O Estado de S.Paulo:
Gigantes do Petróleo enfrentam o desafio da adaptação à economia verde
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