Relatório e vendas da Petrobras: Comércio de petróleo e gás cai, mas aumenta o de derivados

Broadcast Estadão
Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

Um estudo do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) aponta que durante a crise a Petrobras aumentou sua participação no mercado de derivados de petróleo. Apesar da queda nas vendas de petróleo e gás, o parque de refino da empresa ajudou a mitigar a crise. Em alguns casos, como do óleo diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP), o comércio interno até cresceu, segundo o relatório de produção e vendas divulgado pela empresa nesta terça-feira, 21.

Esse estudo foi usado em matérias publicadas nesta quarta-feira (22) por Estadão, pelo Canal da Cana e pela revista especializado em logística e transporte Frota & Cia.

“As exportações de derivados também ajudaram a atenuar os efeitos da crise. Já as exportações de petróleo cru foram inferiores às da média do primeiro trimestre, o que pode sinalizar uma perda de força da demanda externa pelo petróleo da Petrobrás. Ou seja, não dá pra contar com ela enquanto o mercado não se normalizar”, disse Rodrigo Leão, coordenador do Ineep, ao jornal O Estado de S.Paulo.

Refino evitou prejuízo

Usando como base dados da Petrobrás, do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Ineep calcula que a participação de mercado da estatal no setor de derivados passou de 84,5% para 88,2% na passagem do primeiro para o segundo trimestre.

Esses dados contrastam com o abalo sofrido no setor de óleo cru e gás natural. A produção combinada desses produtos caiu 3,5% do primeiro para o segundo trimestre. Nem o pré-sal escapou. Na área que é a menina dos olhos da estatal, a produção caiu 1%, principalmente por conta de interrupções para desinfecção de plataformas.

Uma série de fatores explica o bom momento no refino. Em abril, a empresa vendeu mais diesel, porque as distribuidoras estavam com os estoques em baixa. Em maio e junho, as vendas de gasolina também voltaram a crescer. Com mais gente cozinhando em casa, aumentaram as vendas do GLP (o gás de cozinha). As vendas subiram 10% em relação ao trimestre anterior, o que obrigou a estatal a dobrar a importação de GLP.

Aumento da capacidade de refino

A crise também tem obrigado a Petrobras a ir contra sua estratégia de desinvestimento no refino. A empresa, que havia reduzido o uso de sua capacidade de refino para 59% em abril, teve de aumentar para 78% em junho. A petrolífera reconheceu em seu relatório que a mudança foi necessária para alcançar a máxima rentabilidade.

Leia as matérias que repercutem o estudo do Ineep:

Broadcast Estadão: Vendas de petróleo e gás da Petrobras caem na pandemia, aponta relatório
Canal da Cana: Crise da Covid-19 impacta relatório de vendas da Petrobras

Frota & Cia: Vendas de diesel sobem, mas consumo de gasolina cai na pandemia

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