Ineep considera 4º Leilão da PPSA exitoso e aponta benefícios para a sociedade

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

O 4º Leilão de Petróleo da Pré-Sal Petróleo (PPSA) foi exitoso e os valores arrecadados pela estatal contribuirão de forma significativa para áreas estratégicas como educação e saúde, conforme estabelecido pelo regime de partilha. Essa é a opinião do pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) Francismar Ferreira, ao comentar o resultado do certame, que gerou vendas estimadas de R$ 17 bilhões e teve como vencedoras a Petrobras, que arrematou dois lotes, com volume estimado em 14,5 milhões de barris que representa 38,7% do total previsto, e as chinesas CNOOC e Petrochina que compraram 12 milhões e 11 milhões de barris, respectivamente. 

 

Realizado hoje (31) na B3 (SP), o 4º Leilão comercializou 37,5 milhões de barris de petróleo pertencentes à União, estimados para 2025, dos campos Mero e Búzios, na Bacia de Santos. Este foi o maior leilão da PPSA em número de participantes, com dez empresas habilitadas entre nacionais e internacionais. As empresas compradoras das cargas foram:

 

Lote 01: Mero – FPSO Guanabara – cerca de 12 milhões de barris – Petrobras foi a vencedora com desconto oferecido de US$ 1,85/barril em relação ao Brent datado.

 

Lote 02: Mero – FPSO SEPETIBA – cerca de 12 milhões de barris – CNOOC foi a vencedora com o desconto oferecido de US$1,59/barril em relação ao Brent datado.

 

Lote 03 – Mero – FPSO DUQUE DE CAXIAS E PIONEIRO DE LIBRA – cerca de 11 milhões de barris – Petrochina (Subsidiária da CNPC) foi a vencedora com o desconto oferecido de US$ 1,35/barril em relação ao Brent datado.

 

Lote 04 – Búzios – FPSOs P-74, P-75, P-76, P-77 E ALMIRANTE BARROSO – cerca de 2,5 milhões de barris – Petrobras foi a vencedora com o desconto oferecido de US$ 1,85/barril em relação ao Brent datado.

 

Todas as arrematantes dos lotes de Mero compõem o consórcio do campo que é formado pela Petrobras, operadora com 38,6%, a Shell Brasil com 19,3%, Total Energies com 19,3%, CNPC (Petrochina) com 9,65%, CNOOC Petroleum Brasil Ltda com 9,65% e a Pré-Sal Petróleo (3,5%), como representante da União na área não contratada.  

 

A Petrobras manteve um papel de protagonista no leilão ao arrematar dois lotes. A estatal também teve presença destacada no segundo e terceiro leilão. “A participação significativa da estatal no leilão se relaciona, entre outros aspectos, ao fato de ela ser operadora dos campos com cargas ofertadas e possuir experiência e estruturas logística e de refino no Brasil, o que pode representar vantagens competitivas em relação às demais concorrentes”, avaliou Ferreira.   

 

Motivos 

Segundo o pesquisador, a maior atratividade do leilão deveu-se a três fatores: 1) aumento do número de participantes, o que pode estar associado ao incremento da produção dos campos sob contrato de partilha, representando a consolidação do regime; 2) mudanças do formato do edital do leilão, que passou a permitir a participação das interessadas individualmente, em consórcios e em conjunto; e 3) definição do preço de referência de comercialização do petróleo. Segundo informou ele, nas edições anteriores foram utilizados os preços de referência da ANP, enquanto que no 4° leilão o preço baseou-se no Brent datado, que, em geral, possui maior utilização no mercado.

 

“As cargas de petróleo comercializadas pela PPSA representam ganhos para o país, decorrentes do regime de partilha que prevê a parcela de óleo excedente destinado à União. Além disso, os recursos obtidos com a comercialização pela PPSA desse petróleo da União são destinados ao Fundo Social, também previsto pelo sistema de partilha. Destinam-se para a educação, saúde e transição energética e acabam se convertendo em benefícios que extrapolam a produção de petróleo em si, e contribuem para o desenvolvimento do país”, comentou Ferreira. 

 

 

Rio, 31 de julho de 2024