Ineep comenta impactos da eleição dos EUA no Broadcast Estadão
Os coordenadores técnicos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rodrigo Leão e William Nozaki, comentaram as possíveis consequências da eleição americana ao Broadcast, serviço exclusivo de notícias do Estadão.
O economista Rodrigo Leão alertou para o fato de que a instabilidade no câmbio pode acabar ajudando na arrecadação de royalties nos próximos meses.
Leão: Neste ano, “apesar da queda do preço do petróleo, os municípios e Estados produtores se beneficiaram da desvalorização cambial na pandemia. Com a eleição do candidato democrata Joe Biden nos Estados Unidos, esse cenário de instabilidade cambial pode se agravar, dado o alinhamento automático do governo Bolsonaro a Trump, e pode acabar favorecendo municípios e Estados arrecadadores até o fim do ano”.
Agenda verde e comércio exterior
Já o cientista social William Nozaki comentou os impactos que a eleição de Biden podem ter no comércio internacional de petróleo e derivados. A implementação de uma plataforma energética limpa ganhou peso na campanha de Biden e aparece como uma de suas prioridades. Nozaki aposta em uma reorganização das forças entre governo e indústria petrolífera americana. Apesar das divergências evidentes entre os dois lados, ele acredita em uma conciliação.
Nozaki: “Biden vai dar sequência à agenda da descarbonização, mas é improvável que ele afronte diretamente os interesses da indústria petrolífera. Ele indicou em sua plataforma de governo que deve construir alguma regulamentação para a limpeza de polos de petróleo e gás e das minas abandonadas. Há indicação também de que ele deve revisar a regulação para oferta de novas licenças para petróleo e gás. Na prática, ele vai cobrar uma indústria petrolífera mais limpa. Mas no Brasil, em princípio, não há sinal de que vai haver alteração de nossas exportações, a menos que haja redução da produção de petróleo nos EUA, o que é pouco provável”
Para os próximos meses, Nozaki prevê que o preço do barril do tipo Brent (referência internacional para o mercado brasileiro) deve ficar na casa dos US$ 50 dólares, acima dos US$ 30 dólares registrados no início da pandemia, mas ainda bem abaixo dos US$ 100 ou US$ 120 registrados em anos anteriores.
Rodrigo Leão e William Nozaki são coordenadores técnicos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
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