Ineep comenta ao UOL sobre possível venda direta do gás de cozinha
Em entrevista ao UOL, o coordenador técnico do Ineep William Nozaki comentou a sugestão feita pelo Presidente Jair Bolsonaro, no dia 19/08, para que o gás de cozinha seja vendido diretamente pelas distribuidoras ao consumidor. Nozaki disse:
“Do ponto de vista prático, é uma ideia de execução praticamente impossível. O primeiro entrave é logístico: não há distribuidora em todos os lugares para atender à demanda.”
Para ele, as propostas de Bolsonaro são apenas uma forma de desviar a atenção do principal fator que tem pressionado o preço: a política da direção da Petrobras, que reajusta derivados do petróleo de acordo com o preço do barril no mercado internacional, vendido em dólares.
Ele acrescentou, na entrevista concedida à repórter Giulia Fontes:
“É inequívoco que a causa do aumento do preço é a política de preços da Petrobras. Uma alternativa para não mudar essa política, que é uma diretriz do governo, seria oferecer um vale para famílias mais pobres. Mas o governo tem se preocupado em se desobrigar de resolver problemas, atacando outros atores.”
Segundo o coordenador do Ineep, a retirada da figura do revendedor autorizado traria novos atores, informais e ilegais, no processo de venda. “Quem tiver esse ‘caminhãozinho’ vai cobrar sua margem de lucro. Na prática, isso pode criar novos cartéis e monopólios em lugares menores e mais distantes. É um ótimo nicho, por exemplo, para locais em que há milícias”, comentou ele.
Na live do dia 19/08, o presidente Jair Bolsonaro, diante do elevado preço do gás de cozinha, disse que os consumidores poderiam “pegar um caminhãozinho” nas distribuidoras e levar, “uma vez por mês, 100 botijões” para as “comunidades”.
Assista a nossa análise sobre a alta dos combustíveis inclusive o gás de cozinha
Nosso webinário será transmitido no canal do Ineep no YouTube e em nossa fanpage do Facebook no dia 31/08/21.
Comunicação Ineep
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