Guilherme Estrela conta história do Pré-Sal em entrevista a Nozaki

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.
Guilherme Estrela conta história do Pré-Sal em entrevista a Nozaki

Montagem gráfica: Observa BR.

William Nozaki, coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep) e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) entrevistou o geólogo e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras (2003-2012), Guilherme Estrella, para o programa Observa BR, da Fundação Perseu Abramo. Os dois conversaram sobre o tema “Pré-sal brasileiro: uma história de ousadia e inovação”.

 

 

Formado em 1964 pela Escola Nacional de Geologia (atual UFRJ), Guilherme Estrella pertence à primeira geração de geólogos no Brasil. Ingressou na Petrobras em 1965, onde ficou praticamente toda sua carreira profissional, atuando no Brasil e no exterior.  Dentre suas descobertas, destacam-se as reservas de óleo e gás natural, conhecidas como Pré-Sal, nas bacias de Campos (RJ) e Santos (SP). Seu desenvolvimento profissional se funde com a história da Petrobras. Daí a paixão e propriedade com que fala da empresa e o motivo pelo qual a entrevista merece ser assistida na íntegra.

 

 

Ao contar sobre suas opções e interesses, Estrella traça o histórico da empresa. Segundo ele, com impulso do movimento “O Petróleo é nosso”, um movimento popular, a Petrobras é fundada do zero, diferentemente das demais empresas estatais da época que tinham sido privadas e depois estatizadas. Conta sobre a descoberta do campo de Guaricema, em 1968, um marco por confirmar a existência de petróleo em plataforma continental, passando pela atuação da Braspetro no Iraque, nos anos 1970.

 

 

Sobre o Pré-Sal, indagado sobre a magnitude da descoberta, o geólogo fala que

 

“começa com a fundação da companhia e o seu investimento na formação de sua área técnica tanto de geociências como de engenharia. A empresa desde os primeiros tempos percebeu que a indústria petrolífera necessitava de especialistas, que nem mesmo eram encontrados no exterior”.  Na verdade, continua, “o Pré-Sal é produto da construção de um sistema industrial, de um projeto de país”.

 

Recorda o ineditismo que foi a criação do Centro de Pesquisa (Cenpes) por Leopoldo Américo Miguez de Mello, fazendo a junção da necessidade industrial com a universidade. Fala sobre a subsequente descoberta da bacia de Campos e a criação do Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas na década nos anos 1980, e assim outros desafios foram superados.

 

 

Estrella frisa que quando assume a Presidência em 2003, Lula sinaliza para a Petrobras que esta reassuma o seu protagonismo no setor de petróleo e gás natural no Brasil, decisão política que considera fundamental para o sucesso da empreitada. Conta a experiência inédita de furar 2 mil metros de sal.

 

“Enfrentamos o Pré-Sal como uma empresa estatal, compreendendo sua função de ferramenta do Estado brasileiro importantíssima na condução de um processo de desenvolvimento nacional”, esclarece.

 

 

Depois de contar com entusiasmo sobre a história gloriosa da Petrobras, o petroleiro fala sobre as perspectivas do Brasil e conclui que há uma interferência externa para interferir na soberania nacional e acabar com a empresa.

 

“Não é mais nem uma empresa estatal, nem uma empresa privada que atenda aos interesses nacionais”, conclui.

 

 

Assista a entrevista abaixo

 

 

Esse programa é parte do Observa BR, iniciativa que objetiva concentrar debates e troca de informações e ser um repositório acessível, dinâmico e sempre atualizado de notícias, propostas, iniciativas, políticas, análises e formulações relacionadas à reconstrução e transformação do Brasil, superando os problemas estruturais do país agravados pelas crises sanitária, econômica, política e financeira em que se afundou pela completa incapacidade do governo Bolsonaro no combate à pandemia de 2020 e a seus efeitos.

 

 

O programa é transmitido ao vivo nas noites de quarta e sexta-feira, às 21h, no canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, em sua página no Facebook e perfil no Twitter.

 

 


 

 

Leia a matéria original no site da Fundação Perseu Abramo.

Comentar