ExxonMobil: novos negócios upstream e reestruturação do sistema integrado

ExxonMobil: novos negócios upstream e reestruturação do sistema integrado

Foto: Fircroft.

 

A ExxonMobil, maior fabricante de petróleo e gás dos EUA, vai reorganizar seus negócios de upstream com a criação de novas empresas como parte da meta de duplicar o seu lucro para US$ 31 bilhões até 2025. Segundo a empresa, os planos são simplificar e integrar a organização para explorar ainda mais o portfólio feito através de aquisições de exploração em toda a bacia do Permiano nos EUA, Guiana, Moçambique, Papua Nova Guiné e Brasil.

 

Em comunicado, o vice-presidente sênior da empresa Neil Chapman afirmou: “Nosso foco é aumentar o valor geral fortalecendo nossos negócios de upstream e integrá-lo ainda mais aos segmentos de downstream e de produtos químicos para aproveitar nossas capacidades exclusivas em toda a cadeia de valor. Um exemplo claro é o que estamos fazemos no Permiano, que inclui investimentos upstream, midstream e downstream, permitindo-nos maximizar valor ao contrário de qualquer um dos nossos concorrentes”.

 

A reorganização, que entrará em vigor em 1º de abril de 2019, criará três novas empresas chamadas de ExxonMobil Upstream Oil & Gas, ExxonMobil Upstream Business Development e ExxonMobil Upstream Integrated Solutions

 

A ExxonMobil Oil & Gas cuidará do gerenciamento da cadeia de valor de cinco negócios globais – gás natural liquefeito não convencional, águas profundas, petróleo pesado e convencional. A ExxonMobil Upstream Business Development ficará responsável por analisar as aquisições e vendas de ativos estratégicos, além de lidar ativamente com o portfólio upstream do grupo. Já a ExxonMobil Upstream Integrated Solutions fornecerá habilidades comerciais técnicas e especializadas, como perfuração, pesquisa e tecnologia, otimização do mercado de gás e energia e a implantação global de recursos.

 

Atuantes na exploração e produção de óleo e gás em 38 países, as mudanças na organização da Exxon vêm acompanhadas aos novos negócios da companhia em Moçambique, Papua Nova Guiné, Guiana e Brasil.

 

Em Papua Nova Guiné e Moçambique, o foco da companhia está na exploração de gás natural em águas profundas. Com as descobertas dos novos campos nessas regiões, a expectativa da Exxon é que nos próximos anos a sua produção global de GNL aumente dos atuais 22 milhões para 40 milhões de toneladas por ano.

 

Na Guiana, a ExxonMobil, em parceria com Hess e a chinesa CNOOC, a petrolífera está prospectando em uma área 6,6 milhões de acres líquidos no Bloco Stabroek. Segundo estimativas da empresa, o potencial de exploração da região é muito alto, e pode tornar o país em poucos anos o quarto maior produtor de petróleo da América Latina, produzindo 750 mil barris por dia até 2025.

 

Atuante no Brasil há 107 anos – chegou em 1912 como Standard Oil Company of Brazil e depois apenas como Esso – a companhia foi precursora na distribuição de derivados de petróleo no país, como a gasolina e o querosene. Desde 2009, no entanto, a empresa havia interrompido no mercado brasileiro suas atividades de exploração e produção, quando devolveu um bloco promissor, o BM-S-22, que era o único operado no pré-sal por uma empresa estrangeira na década passada.

 

Um cenário muito diferente do que se vê atualmente, momento em que a atuação da Exxon tem se destacado expressivamente no pré-sal, sobretudo após 2017, na 14ª Rodada, quando a empresa saltou da exploração de dois blocos para 25, tornando-se a empresa estrangeira com maior área de exploração líquida no país, somando mais de 2 milhões de acres líquidos.

 

Segundo Carla Lacerda, presidente da ExxonMobil no Brasil, a mudança da atuação da companhia no país teve a ver com três fatores principais: “O primeiro está relacionado às reformas [no setor], iniciativas como a flexibilização do operador único, os ajustes na política de conteúdo local com valores mais atingíveis, a extensão do Repetro, hoje extremamente importante para a indústria, e a retomada das rodadas [da ANP], com um calendário previsível”.

 

Mirando em um futuro em que o petróleo e gás mantém-se como as fontes de energia mais importantes do mundo, a ExxonMobil tem marcado presença nas recentes descobertas das maiores reservas do mundo, investindo cada vez mais em um sistema de exploração e produção integrado em âmbito global.