Entre 2014 e 2018, Petrobras demitiu 19% do seu quadro de funcionários

Entre 2014 e 2018, Petrobras demitiu 19% do seu quadro de funcionários

Foto: Jornal A Notícia.

 

Divulgado em seu último Relatório Anual de Sustentabilidade, a Petrobras terminou o ano de 2018 com 47.556 funcionários. Embora tenha obtido uma ligeira recuperação em comparação com o ano anterior (1,2%), os números representam quase um quinto a menos do efetivo da companhia em 2014, quando tinha 58.618 de trabalhadores. Situação tende a se agravar após o anúncio do novo pacote de desinvestimentos no setor de refino.

 

Considerado uma das partes principais do Relatório Anual de desempenho da companhia, o Relatório de Sustentabilidade traz os destaques da atuação social e ambiental da Petrobras em 2018. Entre os vários indicadores está a Evolução do Quadro de Pessoal Efetivo, que apresenta o total de funcionários da companhia e suas subsidiárias ao longo dos últimos anos.

 

No gráfico abaixo, é possível observar que nos últimos quatro anos a Petrobras diminuiu 19% do seu quadro de funcionários, reduzindo o seu efetivo de 58.618 para 47.556 empregados. Em números absolutos, 15.136 funcionários deixaram a empresa nos últimos quatro anos.

 

Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2018 – Petrobras.

 

Embora tenha tido uma pequena recuperação em 2018, um aumento de 1,2% comparado ao anterior, as quedas registradas em 2016 e 2017 foram demasiadamente altas, de 9,9% e 8,3%, respectivamente.

 

Os números estão relacionados aos programas de parcerias e desinvestimentos da companhia, iniciados desde a gestão Pedro Parente (2016-2018), que envolveu cortes e programas de demissão voluntária (PDV). A atual gestão, contudo, tem repetido o mesmo movimento.

 

Em consonância com a estratégia da companhia de reduzir a presença em alguns setores e focar na geração de valor para os acionistas,  o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, tem insistido desde a sua posse que a saída da petroleira no setor de refino é uma prioridade da sua gestão.

 

Em março, a Petrobras publicou a intenção de cortar US$ 8,1 bilhões de seus custos operacionais em quatro anos, com reduções nas despesas com funcionários e menores gastos em propaganda e escritórios – dentre eles,  a desocupação do prédio da sede em São Paulo.

 

No final de abril, a Petrobras emitiu uma outra nota, anunciando a intenção de venda de oito unidades de refino: a Refinaria de Abreu e Lima (RNEST), da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).

 

O anúncio dos desinvestimentos veio acompanhado com a direção da empresa, que anunciou na mesma semana que irá desligar 4,3 mil trabalhadores da estatal por meio de mais um Programa de Demissões Voluntárias (PDV).

 

De acordo com levantamento feito pelo INEEP, as oito refinarias à venda somam um total de 4.295 funcionários próprios e 5.300 terceirizados.