Leão: Brasil caminha na contramão da estratégia internacional do petróleo


 


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Economista e coordenador-técnico do Ineep, Rodrigo Leão falou sobre a geopolítica do petróleo e de como o Brasil virou alvo internacional após a descoberta do Pré-Sal

 

Lançado em Porto Alegre no último dia 5, o Fórum Petrobrás para Todos reúne sindicalistas, lideranças políticas e movimentos sociais em defesa de uma Petrobras estatal e que cumpra o papel estratégico de promover o desenvolvimento do país e a soberania nacional.

O economista Rodrigo Leão, coordenador-técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) apresentou no evento uma análise técnica sobre a geopolítica do petróleo, com detalhamento para os movimentos internacionais de exploração no refino e a inserção brasileira nesse processo.

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Segundo dados apresentados por Leão, reservas de petróleo foram descobertas em diversos países da costa do Atlântico, entre eles, o Brasil, que atualmente detém a 15ª maior reserva do planeta, com 12 bilhões de barris comprovados. Com o pré-sal, a estimativa é chegar a uma reserva de 80 bilhões de barris, o que colocaria o Brasil entre as 10 maiores potências petrolíferas. “Por conta disso o Brasil virou alvo. Os países que consomem muito petróleo precisam precisam acessar essas novas reservas o mais rápido possível. E essas potências preferem investir aqui no Brasil que no Irã”, explicou.

De acordo com o economista, o Brasil está fazendo um movimento contrário ao dos grandes produtores e consumidores de petróleo, como a Europa, EUA, China e Oriente Médio: “os países consumidores, como os EUA, estão em busca de novas reservas de petróleo, pois em breve o consumo americano ultrapassará a produção. A China está investindo cada vez mais na exploração e ao mesmo tempo duplicando a sua capacidade de refino, resultando no crescimento equivalente a três parques de refino brasileiro em 15 anos”.

A constatação é de que o Brasil vai na contramão da estratégia internacional, vendendo refinarias e reservas de petróleo sem investir na área de exploração e produção. “O Brasil caminha para importar mais gasolina, ficando refém dos preços internacionais e atrelados a uma estratégia em que nada interessa para o desenvolvimento do Brasil, e sim aos estrangeiros. A China não só está comprando as reservas de petróleo brasileiras, como está interessada também nas refinarias. Ficaremos reféns da estratégia chinesa no parque de derivados de petróleo”, analisou.

Veja a matéria da TVT sobre o Fórum:

Fonte: Lançado o Fórum Petrobras para Todos

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