Conflito entre EUA e Irã afetaria estratégia brasileira de abandono do refino

Rodrigo Leão
Valor Econômico
Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

O jornal Valor Econômico traz matéria de André Ramalho sobre como uma possível escalada no conflito entre Irã e EUA afetaria o petróleo brasileiro. A Petrobras interrompeu o tráfego de petroleiros pelo estreito de Ormuz, que é parcialmente controlado pelo Irã. A empresa garantiu, no entanto, que a mudança “não trará qualquer impacto no abastecimento de combustível no Brasil”. O Oriente Médio é um consumidor irrelevante de produtos brasileiros, mas um importante fornecedor de óleo bruto leve para ser misturado ao óleo cru pesado nacional nas refinarias brasileiras. De acordo com dados do Ministério da Economia, 38% das importações de óleo cru brasileiras vieram do Iraque e da Arábia Saudita em 2019.

 

Rodrigo Leão, coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás Natual e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), explica que o principal exportador de óleo cru para o Brasil é a Argélia – que não exporta sua produção pelo estreito de Ormuz. Segundo ele, num cenário de guerra, o Brasil teria algumas outras alternativas, como aumentar a importação de alguns fornecedores da costa africana e reduzir suas exportações de óleo cru. Atualmente, a estratégia da Petrobras é destinar para fora um volume cada vez crescente de sua produção de petróleo.

 

“Isso [um cenário de guerra] pode obrigar a Petrobras a rever sua política de exportação de óleo cru ou a diversificar sua importação de outros locais”, comenta. “A questão maior sobre o abastecimento está nos efeitos indiretos. Em que medida a exportação de óleo cru para os países dos quais importamos derivados vai ser afetada?”, ressalva.

 

Ele destaca que a obstrução do estreito de Ormuz afetaria a distribuição de petróleo para Europa e Estados Unidos, afetando indiretamente as importações brasileiras de derivados. “Mas o Brasil tem um parque de refino grande o suficiente e com capacidade ociosa para compensar esse efeito”, disse.

 


Leia a matéria na íntegra no jornal Valor Econômico (para assinantes).

 

Comunicação Ineep

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