Aumento dos preços dos derivados e ganhos de participação de mercado devem garantir lucro da Petrobras no primeiro trimestre de 2021
A Petrobras divulga na próxima quinta-feira (13/05) o balanço do primeiro trimestre de 2021. Segundo estimativas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a expectativa é de que a empresa registre um bom resultado financeiro, particularmente beneficiado pelo aumento de receitas no mercado interno.
Tabela – Estimativas do Balanço da Petrobras (em R$ milhões)
As receitas de vendas estimadas devem ser significativamente maiores, tanto em comparação ao último trimestre de 2020 (4T20) como em relação ao primeiro trimestre (1T20). A projeção é que este indicador apresente um valor de R$ 86,4 bilhões, o que deve representar um crescimento da ordem de 15,2% frente ao 4T20 e 14,5% ao 1T20.
Esse resultado positivo estimado deve ser puxado principalmente pelo aumento no volume de vendas de gasolina e diesel para o mercado interno – que registraram altas no trimestre de, respectivamente, 3,8% e 20,0%. Esse aumento fez a Petrobras elevar seu market share em ambos mercados, deslocando parte da produção de petróleo que era exportada para suas refinarias. De acordo com os dados da ANP e da própria Petrobras, a participação das vendas de gasolina e diesel da estatal no país subiram de 65,6% 1T20 para 73,0% no 1T21.
Além do aumento do market share em termos de volume de vendas, a Petrobras também deve se beneficiar das elevações sucessivas de preços dos derivados no 1T21. Em função da política de preços de paridade internacional (PPI), que reajusta os derivados a partir das mudança do barril internacional do petróleo e do câmbio, a estatal aumentou 25,2% o diesel e 40,2% a gasolina. Esses dois elementos devem fazer com que a receita de vendas da companhia para o mercado interno seja cerca de 26,0% maior que o mesmo período de 2020, ficando próxima a R$ 61,9 bilhões.
As vendas para o mercado externo também deverão ter um peso importante nos resultados deste trimestre. Isso porque mesmo com a queda no volume de exportações de petróleo cru (que retraíram 36,6% em comparação ao 1T20), o aumento nas exportações de óleo combustível (+14,4%), acrescentados ao aumento generalizado nos preços do petróleo cru e derivados, provavelmente compensarão o volume reduzido de exportações, devendo resultar em uma receita próxima a R$ 24,5 bilhões. Apesar disso, esse valor deve significar um montante 7,0% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, o que indica que a Petrobras pode ter dificuldades para continuar elevando suas exportações no longo prazo.
Por conta desses resultados, o Ineep projeta que o lucro bruto no 1T21 deve ser algo em torno de R$ 44,7 bilhões, 15,2% maior do que o trimestre anterior e 14,5% acima do registrado no mesmo período em 2020. Em relação ao EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a previsão é de que o resultado positivo chegue a algo próximo a R$ 44,2 bilhões, montante aproximadamente 6,1% menor ao registrado no 4T20, porém 17,8% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Os dados em tela reforçam a importância do mercado interno de abastecimento para a Petrobras, principalmente em períodos que não for vantajoso alocar sua produção de petróleo no mercado externo.
Comunicação Ineep
Comentar
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.