Aprovação de 50% de dividendos pela Petrobras contraria interesses da sociedade brasileira, diz Ineep
A decisão da Petrobras e de seu acionista controlador, a União, de aprovarem a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários de 2023 não está alinhada com os interesses de longo prazo da companhia e da sociedade brasileira, tais como novos investimentos em transição energética, abastecimento e segurança nacional. O comentário foi feito hoje (25/04) pelo diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos, após a Assembleia Geral Ordinária (AGO), que decidiu pelo pagamento dos dividendos extraordinários.
Segundo Santos, com a aprovação dos 50% (R$ 21,9 bilhões), a Petrobras e seu acionista controlador se rendem a pressões do mercado e distribuem R$ 94,35 bilhões em dividendos no exercício de 2023. Esse é, segundo ele, o terceiro maior volume da história da companhia e só fica atrás dos megadividendos distribuídos pela estatal durante o governo Bolsonaro, no biênio 2021 e 2022, quando a média anual de dividendos pagos foi de R$ 155,7 bilhões.