Aos 50 anos, Bacia de Campos tem futuro com petróleo e na transição energética, diz Ineep

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

Duas imagens da capa do "Diagnóstico da Bacia de Campos: Caracterização, desafios e possibilidades".

A Bacia de Campos, que em 2024 completa os 50 anos de sua primeira descoberta de petróleo, está diante de desafios e possibilidades na indústria de petróleo, mas também no caminho da transição energética, atividades que terão uma contribuição significativa para a economia do país e do seu entorno. É essa a avaliação do estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), realizado pelo seu pesquisador Francismar Ferreira com o histórico e expectativas para a bacia (acesse aqui).

 

Intitulado “Diagnóstico da Bacia de Campos: Caracterização, desafios e possibilidades”, o trabalho é o terceiro da série do Ineep, seguindo-se ao “Diagnóstico Governança Corporativa na Petrobras – O sequestro na estatal?” (acesse aqui) e ao “Diagnóstico do segmento de exploração de petróleo e gás no Brasil” (acesse aqui), divulgados, respectivamente, em agosto e setembro.

 

O diagnóstico aponta três caminhos para a nova Bacia de Campos: 1) desenvolvimento e avanço de projetos de revitalização visando o prolongamento da vida produtiva dos campos e, consequentemente, da bacia; 2) retomada exploratória com possibilidade de novas descobertas; e 3) ingresso da bacia em novas rotas tecnológicas e energéticas, como a geração de energia eólica offshore e a produção de hidrogênio verde.

 

ALERTA

 

A Bacia de Campos sustentou o aumento e o abastecimento nacional até a década passada, a partir de quando sua produção entrou em declínio em razão do amadurecimento dos campos e da redução dos investimentos. Apesar disso, ainda é a segunda maior produtora de hidrocarbonetos no país. No primeiro trimestre de 2024, a bacia respondeu por 19,5% da produção nacional, com uma produção média de 855,2 mil boe/d.

 

Além da queda produtiva, a Bacia de Campos passou por uma verdadeira reestruturação. A Petrobras, principal operadora da bacia, a partir de 2016, adotou um conjunto de estratégias visando maior rentabilidade no curto prazo o que implicou diretamente na redução dos investimentos da estatal e em uma intensa e extensa política de desinvestimentos em que foram privatizados dezenas de campos de produção e importantes infraestruturas.

 

O Ineep considera que o desenvolvimento de projetos de revitalização para a Bacia de Campos são importantes e fundamentais para o futuro. No entanto, alerta para o fato de que o Plano Estratégico da Petrobras até o momento não articula de forma consistente esses projetos com a indústria nacional. Afinal,  nota-se nos projetos em andamento a instalação de plataformas afretadas que foram construídas fora do país, abdicando assim da força de trabalho e dos fornecedores nacionais em sua construção. Esse processo acaba, em certa medida, rompendo com o histórico papel da Petrobras de indutora do desenvolvimento, especialmente no norte fluminense, onde liderou a estruturação de toda uma cadeia de petróleo e gás e a conformação de uma economia do petróleo”, afirma.

 

Rio, 27/09/2024