Ao Broadcast/Estadão, Ineep analisa a variação dos royalties do Nordeste

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

Em entrevista para a coluna Broadcast, serviço de informações exclusivas do Estadão, pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) Carla Ferreira afirma que o impacto da paralisação de campos da Petrobras no Nordeste será devastadora para pequenos municípios. A paralisação dos campos terrestres já fazia parte dos planos da Petrobras, de se concentrar na exploração do pré-sal, mais lucrativo. O movimento foi acelerado com a pandemia.

“A Bahia, por exemplo, recebeu R$ 176 milhões de royalties em 2019 pela produção de petróleo nos campos da região. Com participação especial esse valor chegou a R$ 178 milhões. Nem é um valor tão grande para o estado, mas para os pequenos municípios representa muita coisa, é um impacto grande, as vezes de até 30%, nas receitas”, afirma.
Segundo dados já divulgados pela ANP, somente com o choque de preços do petróleo, a arrecadação de royalties de municípios do Nordeste deve ser reduzida em 18% neste ano, o que significa R$ 200 milhões a menos nos cofres dos municípios da região em 2020, na comparação com o ano passado. Alguns municípios baianos, como Itanagra, Araçás e Explanada, têm cerca de um quarto de sua arrecadação dependente dos royalties.

Sobre a privatização dos campos terrestres, a pesquisadora do Ineep afirma que os potenciais compradores desses campos são normalmente empresas pequenas, que não têm capacidade de investir para elevar a produção e gerar mais royalties para os municípios.

 

Comunicação Ineep

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