Energia renovável e foco em águas profundas: conheça os planos da BP
Unidade de negócios da BP investe em energia solar e vai começar a buscar projetos no Brasil. Foto: Divulgação.
Em 2018 a British Petroleum (BP) teve um ano extraordinário e espera em 2019 ter o seu melhor ano da década. Não é para menos. Com o aumento da eficiência operacional em águas profundas, combinada aos novos projetos no upstream e no downstream, a empresa britânica obteve os melhores resultados do setor nos últimos três anos. De olho nos novos rumos da indústria energética, a empresa também tem mirado na geração de energia limpa, como a eólica e a solar – e o Brasil está no centro de todos esses planos.
Divulgado na última semana de fevereiro, a BP apresentou sólidos resultados operacionais no quarto trimestre de 2018. A empresa aumentou o fluxo de caixa operacional em 8% para US$ 26,1 bilhões em 2018 (excluindo os pagamentos relacionados ao derramamento de óleo no Golfo do México). O retorno sobre o capital empregado aumentou de 5,8% em 2017 para 11,2% no ano passado, o que é um sinal de que projetos estão atingindo (e excedendo) a marca de crescimento. Não por acaso, analistas do mercado financeiro tem afirmado que a empresa britânica é a mais confiável para investimentos no setor de petróleo.
Ainda assim, persiste nos resultados da BP a sombra do maior desastre ambiental da história dos EUA, ocorrido no Golfo do México em 2010, devido ao vazamento de óleo ocasionado pela explosão da plataforma Deepwater Horizon. Com 11 mortos e mais de 750 milhões de litros de petróleo despejados no mar, a BP ainda está a pagar o equivalente a US$ 65 bilhões pelos custos decorrentes da tragédia, o que invariavelmente compromete o desempenho financeiro da empresa pelos próximos anos.
No que tange à produção, a produção do quarto trimestre registrou 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Em comparação com o ano anterior, essa produção representa um aumento de 1,8%.
Além disso, no último ano a petroleira britânica deu sinal verde para expandir a sua produção de gás natural em Trinidad, e tem investido na construção de uma nova fábrica de gás natural liquefeito flutuante na costa do Senegal e da Mauritânia, além de expandir sua instalação no Golfo do México e aumentar a produção petroquímica na Coréia do Sul e Turquia.
A BP também anunciou que irá instalar uma nova plataforma de produção na costa de Angola, e iniciará uma nova exploração adjacente ao seu projeto de gás Khazzan, em Omã. Com todos esses projetos em vista, a expectativa da petrolífera é produzir mais 900 mil barris de óleo equivalente por dia até 2021.
Buscando depender cada vez menos do petróleo, a BP tem procurado nos últimos anos diversificar o seu portfólio investindo na produção de fontes de energia mais limpa, como a eólica e a solar. Segundo estudos da companhia, a demanda global de energia aumentará 30% até 2040, enquanto as emissões de carbono precisarão ser reduzidas pela metade.
Por essa razão, em dezembro de 2016, a petrolífera britânica adquiriu 43% de participação da empresa Lightsource, uma startup de energia solar que detém os maiores projetos de desenvolvimento desse segmento na Europa e que no ano passado também passou a operar no Brasil. Ainda em 2018, a BP anunciou a realização de um investimento anual de US$ 500 milhões a fim de ampliar sua capacidade de geração de energia eólica para 15 gigawatts e de 6 gigawatts em energia solar, o que denota a importância para a empresa em marcar presença no mercado de energia renovável.
No Brasil, a BP tem 21 concessões de exploração de petróleo e gás em quatro bacias sedimentares e também atua no pré-sal nos blocos de Peroba, Alto de Cabo Frio Central, Dois Irmãos e Pau-Brasil. Em três deles, a empresa tem parceria com a Petrobras, que desde 2017 iniciou uma aliança estratégica para identificar e avaliar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior.
Neste sentido, o pré-sal brasileiro tem se mostrado de uma importância especial para a petrolífera britânica. No ano passado, o presidente da BP no Brasil, Adriano Bastos, chegou a afirmar que “o pré-sal é cada vez mais “low cost“ (baixo custo), e somos competitivos. Competitivos inclusive com o shale oil e shale gas, mesmo com os Estados Unidos”.
Considerado o carro-chefe do recente ciclo de prosperidade energética norte-americana, o óleo de xisto tem sido o grande motor da nova produção de petróleo mundial da última década. No entanto, na avaliação do executivo, as reservas do óleo de xisto dos EUA têm um ciclo de vida curto ao passo que o Brasil tem condições sólidas de se tornar um dos maiores exportadores de petróleo e gás do mundo até 2030.
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