Caminhos para o petróleo e gás na Bahia

Francismar Cunha Ferreira
A Tarde Bahia
Imagem de uma sonda de perfuração no Campo de Candeias. Foto: Divulgação/Petrobras.

O estado da Bahia vem apresentando tendência de queda na produção de petróleo e gás desde 2010.  Isso implica, de maneira direta e indireta, na redução de postos de trabalho e de receitas para o estado e os municípios. Ações de revitalização dos campos maduros e de expansão das atividades exploratórias visando novas descobertas se mostram essenciais.

 

Imagem de uma unidade de bombeio mecânico no Campo de Candeias/BA. Foto: Divulgação/Petrobras.

Unidade de bombeio mecânico no Campo de Candeias/BA. Foto: Divulgação/Petrobras.

 

No primeiro semestre de 2024, a produção média de petróleo e gás na Bahia foi de aproximadamente 41,2 mil barris de óleo equivalente por dia (mboe/d), marca que é cerca de 60% menor que a produção registrada em 2010, que foi de 102,1 mboe/d, conforme dados da ANP. Essa diminuição se deve ao amadurecimento dos campos produtores e aos baixos investimentos em exploração e produção nos últimos anos nas bacias do estado.

 

 

Um caminho viável para mudar esse quadro é a revitalização dos campos maduros, por meio de técnicas e métodos, desenvolvidos por operadores do setor, que visam incrementar a produção e prolongar a vida útil dos campos. Contribuem, portanto, para a manutenção e geração de novos empregos diretos e indiretos na cadeia de petróleo e gás, além de proporcionarem benefícios financeiros para os municípios e o estado por meio de royalties.

 

Por outro lado, os trabalhos exploratórios em busca de novas descobertas também são fundamentais, já que a última década presenciou uma queda acentuada nas perfurações exploratórias nas bacias baianas, dificultando novas descobertas e reduzindo as reservas provadas do estado.

 

Atualmente, conforme a ANP, há 43 blocos exploratórios contratados nas bacias do Recôncavo e Tucano do Sul, que podem abrir novas perspectivas produtivas. No entanto, é importante avançar em direção a outras bacias, como a de Jacuípe, que possui semelhanças com as grandes acumulações descobertas pela Petrobras em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas.

 

A Bahia guarda importantes possibilidades e diferentes caminhos para a indústria de óleo e gás. As iniciativas dos operadores independentes, juntamente com a atuação da Petrobras, são fundamentais para a transformação do setor no estado.

 

 

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Vale ressaltar que a estatal está promovendo processo licitatório para a contratação de sondas destinadas a operar em seus campos terrestres. A previsão é perfurar cerca de 90 poços nos próximos anos, com expectativa de que a produção de óleo alcance 33 mil barris por dia até 2030.

 

Esse movimento é crucial para o desenvolvimento do setor, gerando empregos na região e contribuindo para o fortalecimento, a ampliação e a qualificação da presença da companhia na Bahia, especialmente após o ciclo de desinvestimentos enfrentado nos anos anteriores.

 


 

Artigo publicado originalmente no jornal A Tarde Bahia.