Ineep: corte da OPEP+ revela importância de se rediscutir PPI com urgência

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

“É fundamental que a discussão sobre a mudança política de preços da Petrobras, baseada no PPI (Preço de Paridade Internacional), seja retomada. Esse movimento da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e de aliados fora da organização, como a Rússia), mostra que os produtores não estão dispostos a ver os preços caírem sem ensaiar uma reação. Os preços do petróleo e da energia deverão ser discutidos em função das estratégias de desenvolvimento de cada país. Deixar os preços praticados no Brasil flutuarem ao sabor dos movimentos internacionais é perder o papel de protagonista e ficar à mercê da estratégia de outros países”.

 

 

O comentário é do pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) Adhemar Mineiro, em análise ao anúncio, domingo (01/04), dos países da OPEP+ de corte na produção de petróleo a partir de maio. “Fica evidente que o petróleo não é uma commodity, mas parte de um preço estratégico, que é o da energia, e tem de ser administrado em função de uma estratégia de desenvolvimento”, disse ele.

 

 

Na opinião do pesquisador, os principais países produtores sinalizaram, com este anúncio, que não vão contribuir significativamente para que as principais economias capitalistas ocidentais saiam da recessão e administrem suas situações inflacionárias. “Eles estão mostrando que o cartel de produtores está vivo e disposto a manter regulado o preço internacional do petróleo, sem baixas expressivas”, acrescentou.

 

 

Mineiro considera prematuro fazer previsões de preços. “Fala-se em uma alta de preços pouco menor do que 10%, mas isso ainda terá que ser verificado”, disse ele, destacando também que ainda não é possível avaliar se os efeitos destas medidas sobre a economia internacional serão de longo prazo. E isso pelo fato de os elementos do lado da demanda ainda estarem sendo considerados, inclusive uma possibilidade de aprofundamento da crise econômica nos principais países em função das turbulências financeiras ou uma retomada sustentada do crescimento chinês.

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