Ineep sugere cautela nas decisões de futuro Conselho da Petrobras
A troca diretores da Petrobras, a ser formalizada na próxima assembleia geral da empresa no dia 12 de abril com a chegada do general Joaquim Silva e Luna para o seu comando, não deverá representar uma mudança significativa na política de preços da empresa ou a sua “militarização”. A avaliação é do coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rodrigo Leão, que alerta porém, para a importância de um redirecionamento do futuro Conselho de Administração da Petrobras para que decisões sejam tomadas com mais cautela.
“A mudança da diretoria é natural, considerando-se que o presidente está saindo. Será o Conselho de Administração que ditará o que vai acontecer. Tanto que não houve reação forte do mercado aos nomes dos novos conselheiros”, disse Leão, ao comentar a decisão, anunciada na última quarta-feira (24/03), de quatro diretores se desligarem da empresa com a saída de Roberto Castello Branco da presidência. A expectativa com a nova direção da Petrobras foi tema de entrevista do coordenador do Ineep ao Valor na última quinta-feira (25/03).
No entanto, na opinião de Leão, o novo conselho precisa atentar para o fato de que muitas decisões têm sido tomadas a toque de caixa, sem que sejam avaliadas possíveis consequências para a Petrobras e na contramão de gestões de outras empresas. “As grandes reestruturações devem ser feitas com o redirecionamento do negócio de forma progressiva, cautelosa, para que seja possível a correção de rotas, se necessário”, acrescenta.
A colocação de oito refinarias à venda simultaneamente é para o coordenador do Ineep um exemplo de uma “política não cautelosa”. Ele lembra também que as petrolíferas europeias estão reduzindo suas participações em petróleo e migrando para energias renováveis, mas de forma lenta, e hoje os renováveis representam, no máximo, 10% do total do seus investimentos.
Os nomes indicados pela União para o Conselho de Administração poderão significar, segundo ele, uma gestão mais cautelosa, mais prudente, mais preocupada com a governança, sem motivos para temores do mercado. Além do fato de que Silva e Luna já sinalizou que vai escolher pessoas de carreira para a direção da empresa.
Na última quarta-feira (24/03), quatro diretores da Petrobras comunicaram que deixarão seus cargos com a saída de Castello Branco da empresa, o que ocorrerá no próximo dia 12 de abril. Mudanças no Conselho de Administração da empresa têm sido anunciadas desde que o presidente Jair Bolsonaro indicou o nome de Silva e Luna para a presidência da estatal, em substituição a Castello Branco.
Comunicação Ineep
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