“Não acredito em movimento grande de aquisições nesta conjuntura”, diz Leão ao Valor

Valor Econômico
Leão critica mudanças propostas para regime de partilha

Foto: Sindipetro-SP.

O Valor Econômico publicou na sexta-feira (23) a matéria “Choque de preços movimenta onda de aquisições de petroleiras”. No texto, o jornal aponta que o choque nos preços do petróleo ocorrido neste ano provocou uma onda de aquisições no setor.

 

“Empresas como Chevron, ConocoPhillips e Devon Energy compraram produtores endividados e reforçaram suas posições no mercado americano de óleo e gás não convencional (o “shale”), enquanto negócios similares despontam em outros cantos do planeta”.

 

Esse tipo de movimento é comum em tempos de crise. Petrolíferas maiores aproveitam os ciclos recessivos para comprar empresas menores e menos estruturadas. No entanto, as incertezas sobre o futuro da demanda de petróleo no mundo devem fazer com que este movimento seja menos intenso desta vez. É o que pensam os especialistas ouvidos pela reportagem.

 

Esta crise é diferente

O economista Rodrigo Leão, coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), conversou com o jornal e avalia que a crise atual é diferente de outros choques e lembra que a retomada do consumo ainda é incerta.

 

“A compra da Noble pela Chevron foi uma situação particular. Não acredito em um movimento de fusões e aquisições grandes nesta conjuntura”

comenta o pesquisador do Ineep, ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP).

 

 

“Para Leão, os principais movimentos estarão nas áreas de maior custo, como os Estados Unidos. O país tem sido, justamente, o epicentro do movimento recente no setor. O destaque foi a compra da Noble Energy pela Chevron, por US$ 13 bilhões, incluindo dívidas. Segundo a empresa de análise de dados Enverus, trata-se do quarto maior negócio na área de exploração e produção global desde 2014 – os valores, contudo, são bem inferiores aos da compra da BG pela Shell (US$ 53 bilhões) em 2016 e da aquisição da Anadarko pela Occidental (US$ 55 bilhões) em 2019.”

 

 


 

 

Leia também a matéria do jornal Valor Econômico: valor.globo.com/empresas/noticia/2020/10/23/choque-de-precos-movimenta-onda-de-aquisicoes-de-petroleiras.ghtml

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