Estatais brasileiras contrariam tendência mundial de diversificação de fontes energéticas

Estatais brasileiras contrariam mundial de diversificação de fontes energéticas
Estatais brasileiras contrariam mundial de diversificação de fontes energéticas

Fachada da sede da Eletrobras, no Rio. Foto: Divulgação.

Na semana passada, o site Monitor Mercantil repercutiu a notícia de que a Eletrobras vendeu por R$ 500 milhões o controle de uma usina eólica que custou R$ 3,1 bilhões e que só em 2017 deu lucro de R$ 345 milhões. O Complexo Eólico Campos Neutrais era considerado o maior complexo eólico da América Latina e tinha seus parques instalados nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí. Implantando pela Eletrosul em 2011, com 583 MW, ele foi agora vendido por 17% do valor investido.

 

 

Desde a gestão Michel Temer, o governo brasileiro mudou sua postura com relação às estatais e procurou voltar ao programa de privatizações com uma força que não se via desde o governo Fernando Henrique.

 

 

No entanto, para além das privatizações a baixo custo, outra questão chama à atenção: as estatais brasileiras passam a caminhar na contramão do que fazem as grandes empresas energéticas ao redor do globo. Enquanto outras empresas diversificam seu portfólio, preparando-se para a transição energética, buscando maior eficiência em uma gama variada de fontes, a Eletrobras abre mão – com prejuízo – do maior parque eólico do continente.

 

 

O cientista político e pesquisador do Ineep William Nozaki analisa o movimento como mais uma perda de oportunidades:

“A Petrobras e a Eletrobras são fundamentais para o planejamento e a segurança energética nacionais. Os pacotes de investimentos e a diversificação dos portfólios dessas empresas são fundamentais para a construção de um caminho nacional rumo à transição energética em direção a fontes renováveis. A retirada de ambas do segmento de energia eólica é uma perda de oportunidade para o desenvolvimento desse segmento em que o Brasil poderia despontar de forma pioneira e inovadora”.

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